A Ginecologia é a especialidade médica que cuida da saúde da mulher, com foco no sistema reprodutor feminino, desde a puberdade até a menopausa. Consultas regulares ao ginecologista são essenciais para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças ginecológicas, além de promover o bem-estar feminino.
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), essa especialidade médica tem papel fundamental na atenção integral à saúde da mulher, sendo representada nacionalmente por uma entidade comprometida com a formação de especialistas e com a promoção da assistência de qualidade em Ginecologia e Obstetrícia no Brasil.
O que faz a Ginecologia?
O ginecologista também acompanha questões relacionadas à menstruação, fertilidade, gravidez, menopausa e saúde sexual.
Principais áreas da ginecologia:
- Saúde menstrual e distúrbios hormonais;
- Doenças ginecológicas (cistos, miomas, endometriose);
- Saúde sexual e infecções ginecológicas;
- Métodos contraceptivos e planejamento familiar;
- Saúde da gestação e acompanhamento pré-natal;
- Menopausa e alterações hormonais.
A ginecologia está diretamente ligada à obstetrícia, que acompanha a mulher durante a gestação e o parto.
Principais doenças ginecológicas
Infecções vaginais e doenças sexualmente transmissíveis (ISTs)
“DST (termo antigo), atualmente chamado IST” que são infecções ginecológicas que podem ser causadas por bactérias, fungos, vírus ou parasitas e precisam de diagnóstico correto para tratamento eficaz.
Doenças mais comuns:
- Candidíase: infecção por fungos, causando coceira e corrimento branco;
- Vaginose bacteriana: desequilíbrio da flora vaginal, causando odor forte;
- HPV: infecção viral que pode levar ao câncer do colo do útero;
- Clamídia e gonorreia: DSTs que podem causar infertilidade se não tratadas.
A melhor forma de prevenção é o uso de preservativos e o acompanhamento ginecológico regular.
Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)
A SOP é uma condição que afeta os ovários e pode causar alterações hormonais, menstruação irregular e dificuldade para engravidar.
Principais sintomas:
- Ciclos menstruais irregulares ou ausência de menstruação;
- Aumento da oleosidade da pele e acne;
- Excesso de pelos no rosto e corpo (hirsutismo);
- Dificuldade para engravidar.
O tratamento pode incluir mudanças na alimentação, prática de exercícios físicos e uso de medicamentos hormonais.
Miomas Uterinos
Os miomas são tumores benignos que crescem no útero e podem causar sintomas como sangramento intenso, cólicas fortes e aumento do volume abdominal.
Fatores de risco:
- Histórico familiar de miomas;
- Alterações hormonais;
- Obesidade e dieta rica em gorduras.
O tratamento pode variar de uso de medicamentos até cirurgia, dependendo do tamanho e sintomas.
Endometriose
A endometriose ocorre quando o tecido do endométrio cresce fora do útero, causando dor intensa e, em alguns casos, infertilidade.
Sintomas mais comuns:
- Cólica menstrual muito intensa;
- Dor durante a relação sexual;
- Dificuldade para engravidar.
O tratamento pode incluir anticoncepcionais, analgésicos e, em casos mais graves, cirurgia.
Câncer Ginecológico
O câncer ginecológico pode afetar o útero, ovários, colo do útero e mama.
Tipos mais comuns:
- Câncer de colo do útero: relacionado ao HPV e pode ser prevenido com exames de Papanicolau e vacina;
- Câncer de ovário: difícil de ser detectado no início, sendo essencial o acompanhamento médico;
- Câncer de endométrio: associado a alterações hormonais.
A detecção precoce é essencial para o tratamento eficaz.
Métodos contraceptivos
A escolha do método contraceptivo deve ser feita junto ao ginecologista, considerando a rotina e saúde da mulher.
Principais métodos disponíveis:
- Pílula anticoncepcional: controle hormonal da ovulação;
- DIU (Dispositivo Intrauterino): método de longa duração;
- Implante hormonal: pequena haste colocada sob a pele que libera hormônios;
- Preservativos: além da contracepção, protegem contra ISTs.
O planejamento familiar é fundamental para quem deseja engravidar no momento certo ou evitar uma gravidez indesejada.
Exames ginecológicos preventivos
Os exames preventivos ajudam a detectar doenças ginecológicas precocemente.
Principais exames:
- Papanicolau: detecta alterações no colo do útero e previne o câncer cervical;
- Ultrassom transvaginal: avalia útero, ovários e trompas;
- Mamografia: indicado para a prevenção do câncer de mama;
- Exames de ISTs: testes laboratoriais para detectar infecções.
Em 18 de agosto de 2025, o Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União a nova diretriz brasileira para o rastreamento do câncer de colo do útero — Parte I, que trata do rastreamento organizado utilizando testes moleculares para detecção de DNA-HPV oncogênico
A principal mudança é que o teste de DNA-HPV oncogênico passa a ser o método primário de rastreamento no SUS, de forma gradual, substituindo o Papanicolau. O DNA-HPV é mais sensível na detecção precoce das lesões precursoras do câncer comparado à citologia (Papanicolau).
A frequência dos exames varia de acordo com a idade e o histórico de cada mulher.
Saúde feminina ao longo da vida
- Adolescência e primeira menstruação: na puberdade, as consultas ginecológicas ajudam no entendimento sobre o ciclo menstrual e saúde reprodutiva;
- Idade adulta e saúde reprodutiva: durante a fase fértil, o acompanhamento ginecológico auxilia no planejamento familiar, controle hormonal e prevenção de doenças;
- Menopausa e saúde hormonal: a menopausa marca o fim da fase reprodutiva da mulher, trazendo sintomas como ondas de calor, insônia e ressecamento vaginal.
Conclusão
A ginecologia desempenha um papel essencial na saúde feminina, desde a puberdade até a menopausa. Consultas regulares são fundamentais para prevenir doenças, garantir o bem-estar e promover uma vida saudável.
Se você tem dúvidas sobre sua saúde ginecológica ou precisa de um acompanhamento especializado, agende uma consulta com um ginecologista. Cuidar da sua saúde íntima é um ato de amor-próprio!
Revisão técnica: Mariana de Castro Rolim | CRM 52.0109461-0/RQE 44327