Em alusão ao Dezembro Vermelho, mês dedicado à conscientização e prevenção do HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), o Hospital da Fundação Oswaldo Aranha (H.FOA) realizou uma roda de conversa com a infectologista Dra. Lara Moreira reforçando a importância da informação, do cuidado contínuo e da redução do estigma relacionado ao tema.
Durante o encontro, a especialista destacou que a informação correta permanece como a principal ferramenta de proteção. Para ela, conhecer as formas de transmissão do HIV, as estratégias de prevenção e a importância da testagem regular tem impacto direto na mudança de comportamento e na redução de novos casos.
“A informação conscientiza. Quando as pessoas conhecem a forma de transmissão e os métodos diagnósticos, passam a adotar práticas mais seguras e a realizar testes periódicos. Isso contribui diretamente para a diminuição de novos casos”, explicou.
O último Boletim Epidemiológico HIV/Aids, divulgado pelo Ministério da Saúde, aponta queda de 12,8% na mortalidade por Aids no país, com 3,4 óbitos por 100 mil habitantes. Também houve redução de 1,5% em novos casos de Aids, que somam em média 36 mil notificações. Por outro lado, as novas infecções por HIV cresceram 2,6%, totalizando em torno de 39 mil registros. Desde o início da epidemia, estima-se que 1,68 milhão de pessoas tenham vivido com HIV no Brasil.
Segundo a Dra. Lara, campanhas como o Dezembro Vermelho são fundamentais para enfrentar desafios que vão além dos números.
“Essas campanhas garantem acesso à informação correta, desmistificam meios de transmissão, mostram quem realmente está em risco e divulgam métodos de prevenção combinada, como a PrEP e o uso de preservativos. Além disso, dão visibilidade ao tema para que ele não caia no esquecimento”, ressaltou.
A infectologista também reforçou a importância da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), disponível no SUS para pessoas sexualmente ativas, soronegativas, a partir de 15 anos e com peso mínimo de 35 kg.
“Todo usuário de PrEP deve ser acompanhado por um profissional de saúde. Quando utilizada corretamente, ela é uma estratégia altamente eficaz para prevenção”, explicou.
Durante a roda de conversa, mitos persistentes foram lembrados e esclarecidos.
“Ainda é comum ouvirmos que o HIV pode ser transmitido pelo beijo ou pelo compartilhamento de objetos, como talheres ou toalhas. Isso não é verdade. Também é preciso reforçar que não se trata de uma infecção restrita a homossexuais ou pessoas ‘promíscuas’. Qualquer indivíduo sexualmente ativo que tenha relações desprotegidas está suscetível”, alertou.
A atividade demostra o comprometimento do Hospital da FOA com a educação em saúde e com ações de promoção da qualidade de vida, prevenção e cuidado integral. O Dezembro Vermelho, aliado às políticas públicas do SUS, mostra avanços importantes no diagnóstico, no acesso ao tratamento e na redução da mortalidade, embora ainda exija atenção contínua às desigualdades regionais e ao aumento recente das infecções.
Qual a diferença entre HIV e Aids?
Embora muitas vezes usados como sinônimos, HIV e Aids não são a mesma coisa.
- HIV é o vírus da imunodeficiência humana, responsável por atacar as células de defesa do organismo. A pessoa pode viver anos com HIV sem apresentar sintomas, especialmente se estiver em tratamento adequado.
- Aids é a fase mais avançada da infecção pelo HIV, quando o sistema imunológico está muito debilitado e surgem doenças oportunistas, como pneumonias, tuberculose e alguns tipos de câncer.










